Consórcio – Um bom período para se comprar
Consórcio.
Com a redução das linhas de crédito, o consórcio pode ser uma opção para quem pretende adquirir carro ou moto a prestação, seja novo ou usado. No ano passado, a utilização dessa modalidade de financiamento para a compra de veículos leves no País cresceu 11,1% – foram vendidas 998,2 mil cotas de consórcio, ante as 898,5 mil de 2014, segundo dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC).
A vantagem do consórcio ante o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é que as taxas são bem menores. Em contrapartida, para colocar a mão no bem é preciso, em geral, pagar a maioria (ou todas as parcelas).
O valor do crédito da cota de consórcio, assim como o preço das prestações, é corrigido pela tabela do veículo. Assim, se o preço sugerido do produto subir, a parcela será reajustada na mesma proporção. Esse mecanismo também funciona em caso de redução de preços.
É importante que, antes de adquirir o consórcio, o consumidor analise as demais opções de parcelamento disponíveis no mercado. E fique atento às taxas administrativas, que não têm regulamentação – a administradora pode cobrar quanto quiser. No site do Banco Central dá para checar se a empresa é idônea.
Na maioria dos contratos, a carta de crédito tem de ser usada para a aquisição de veículos. Mas algumas empresas permitem que o consorciado resgate o montante total em espécie – nesse caso, para utilizar como bem entender.
Sorteio. Se for sorteado, o consumidor pode receber antecipadamente o valor total do plano, independentemente do que já pagou, para comprar o veículo. Se preferir postergar a compra, o crédito continua disponível para retirada a qualquer momento – o prazo máximo é o fim do plano.
Os sorteios ocorrem em assembleias. Durante esses encontros o cliente pode dar lances se quiser antecipar o recebimento do crédito. Como em um leilão, ganha esse direito quer der o maior lance.
Perfil. Analista de planejamento, Renan Castro, de 27 anos, adquiriu um consórcio de 60 meses de uma Honda CRF 230, motocicleta tabelada a R$ 12 mil, em meados do ano passado. Ele aguarda pelo sorteio, mas diz que não tem pressa. “Não se trata de uma moto para uso diário”, explica.
Segundo o diretor da ABAC, Paulo Roberto Rossi, o consórcio pode ser um negócio ruim para quem precisa do bem imediatamente. “A maioria dos clientes tem de esperar”, diz.
Castro, que participa de um grupo pela primeira vez, afirma que a espera vale a pena. “Ante o financiamento, o preço é cerca de 25% menor.”
GLOSSÁRIO
Administradora. É a empresa que forma, organiza e administra os planos. Dá para checar sua idoneidade no site do Banco Central.
Assembleia ordinária. Reunião na qual ocorre a contemplação por sorteio ou lance e a prestação de contas aos cotistas.
Carta de crédito. Nome do documento que identifica o crédito do consorciado. Funciona como uma espécie de cheque e pode ser usada na compra do bem.
Contemplação. É a entrega do crédito ao consumidor que foi sorteado ou deu o lance vencedor.
Cota. É a identificação numérica da participação de quem adquiriu o plano de um grupo de consórcio.
Lance. Oferta que pode ser feita por integrantes do grupo na assembleia para tentar antecipar a retirada do montante.
Fundo comum. É o montante gerado pelo pagamento das parcelas, bem como por multas e juros. Isso resultará no crédito para aquisição de bens.
Taxa de administração. É o valor cobrado pela empresa responsável pela criação, organização e administração do consórcio cobra. Deve constar no contrato.
Fundo de reserva. Parte do montante destinado a cobrir uma eventual falta de recursos para crédito a todos os integrantes, além do pagamento de despesas bancárias de responsabilidade do grupo.
Fonte: Estadao.com.br