Dificuldades de acesso ao tratamento do câncer de mama
Câncer de mama
Ser mulher, com câncer, sem plano de saúde ou qualquer outra proteção financeira, não é papel fácil no Brasil. Agora imagine ser diagnosticada com um câncer de mama metastático — aquele que se espalhou para outros órgãos. À primeira vista, pode soar como uma sentença de morte, mas hoje em dia essa conexão não corresponde à realidade.
Alguns medicamentos conseguem aumentar a sobrevida da paciente em vários anos. Outros retardam a necessidade da quimioterapia intravenosa, o que melhora a qualidade de vida da paciente e freia o desenvolvimento da doença. O problema é que esse tipo de medicamento só é acessível aos muito ricos ou aos que têm plano de saúde ou um seguro de diagnóstico de câncer. Quem depende exclusivamente do SUS não consegue.
Com o objetivo de chamar atenção da Conitec, órgão responsável pela incorporação de novas tecnologias no SUS, além do Ministério da Saúde, a Femama (Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) lançou durante o I Ciclo de Debates sobre Câncer de Mama para Parlamentares, em Porto Alegre, a campanha nacional denominada “Para Todas as Marias”. Tal iniciativa tem como objetivo orientar a população para o tratamento de câncer de mama avançado no Brasil, para que ele seja aplicado de forma mais igualitária.
Um dos pontos principais da briga é para que as pacientes do SUS consigam receber o everolimo, remédio que desde janeiro do ano passado está disponível nos convênios e que consegue adiar em até seis meses a quimioterapia. O tratamento, feito por via oral, diminui o tempo em hospitais e as reações adversas provenientes de tratamentos mais agressivos.
“É uma frustração para nós, médicos, pois não conseguimos fornecer aos pacientes do SUS um tratamento adequado. Esse mundo do câncer de mama não é pink”, diz a médica mastologista Maira Caleffi, presidente voluntária da Femama. “Sempre estaremos numa defasagem grande em relação a outros países, no quesito incorporação de medicamentos. Enquanto os estudos mundiais mostram a eficácia do remédio, aqui a Conitec diz que não há estudos clínicos de magnitude, que haverá impacto orçamentário”, completa Caleffi.
Daniela Rosa, médica oncologista e vice-presidente do Conselho Científico da Femama, explica que o câncer de mama no estágio IV não é curável, mas altamente tratável. “Elas são economicamente ativas. Pacientes com câncer de mama podem viver ainda muitos anos”.
Fonte: drauziovarella.com.br
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