Todos os dias, 27 veículos são roubados no Ceará

Roubo de veículos

Após rápida abordagem, a médica R.A.B.O.P, 29, teve o carro roubado, no Bairro Parquelândia, em Fortaleza. Depois de estacionar na rua Nestor Barbosa, próximo ao Hospital São Jose, chegando no trabalho. Ela foi abordada por dois rapazes armados, que anunciaram o assalto e levaram o veículo e sua bolsa com todos os seus documentos. “Não tive reação alguma, os bandidos agiram com muita tranquilidade e determinado no que queriam”, relembra.
O assalto, ocorrido no último dia 30 de novembro, reflete o quadro de violência que se agravou em 2016. De janeiro a outubro, 8.337 veículos foram roubados no Estado. Uma média de 27 casos por dia. O crescimento foi de 6% com relação ao mesmo período de 2015, quando 7.881 automóveis, motocicletas, ônibus e caminhões foram tomados de assalto. Fortaleza concentrou 63,1% (6.066) das ocorrências deste ano.
O carro da médica, Jeep Renegade (2016), até o momento não foi encontrado e a mesma já acionou sua seguradora para a indenização. Já o trabalhador autônomo I.F.S., 50, há três meses, teve o carro, modelo Volkswagen Gol (1997), levado da rua Padre Matos Serra, no Bairro de Fátima. O veículo não foi recuperado. “Além do carro, levaram meu material de trabalho. Como não tinha seguro, tive que comprar outro carro, por nota promissória”, conta.

Investigação
Apesar do número de ocorrências, informado pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas (DRFVC), Fernando Cavalcante, minimizou a situação e afirmou que a Polícia Civil está “indo bem”. Ele justifica que muitos suspeitos de roubo foram presos e aponta como problemas a “grande quantidade de criminosos e veículos nas ruas”.
“Só posso afirmar que recuperamos muitos carros. Cerca de 70% (incluindo os encontrados abandonados). E que em alguns casos ocorre a comunicação falsa de crime”. Ele explica que algumas pessoas vendem o veículo, mas os compradores não os transferem para si, o que leva os vendedores a registrar B.O. Já a SSPDS informou que o número de veículos recuperados é impreciso, motivo pelo qual não fornece os dados.
Cavalcante detalhou que grande parte dos veículos roubados recebem placas clonadas e são revendidos no Interior e outros estados, encomendados por quadrilhas especializadas. “Já recuperamos carro até no Paraguai”, detalha.
Fonte: opovo.com.br